De repente some o barulho dos ventos...e por um momento nem o canto dos pássaros sinto ecoar aos meus ouvidos...
Noto um silêncio...e já não escuto os seus passos em meus pensamentos... a sua voz aos poucos vai se esvaindo... o seu sorriso aos poucos vai se desfazendo na minha memória...
Estou sentindo você cada vez mais longe... o brilho dos meus olhos já não depende mais dos seus... o meu sorriso já não tem você como o autor... até as minhas lágrimas tornaram-se independentes, já não tenho controle sobre elas... elas por si só decidem se devem cair ou não.... é como se agora soubessem a hora exata de se expor, sem precisar de motivos tão claros pra induzi-las.
Nas janelas da minha memória olho a sua imagem a se desfazer pouco a pouco...tento alcançá-lo mais as pontes que um dia me levaram a você hoje são as mesmas que me impedem de alcançar-te.
A minha voz pouco a pouco se cansa de pronunciar teu nome... é o silêncio que já surge sem medo.
As lembranças cada vez tornam-se mais vagas... é o silêncio que já as controlam e as fazem recuar diante da memória.
Os momentos intensos vão sendo colocados num baú...é o silêncio que já me provou que num vale mais apena deixá-los expostos.
O amor que um dia foi vivido de repente muda de sentido... é o silêncio que o mostra o caminho certo a seguir.
A paixão incontrolável aos poucos vai se convencendo de um outro rumo ... é o silêncio o treinando para uma nova paixão.
A saudade quando menos se espera bate na porta,aperta o peito,sufoca a alma mais.... é exatamente o silêncio que me dá uma aula de compostura e me ensina a se dar com esse sentimento tão intenso.
Por fim...o mesmo silêncio capaz de machucar um coração... é hoje o mesmo silêncio capaz de tratá-lo pouco a pouco.